Então, já no sábado anterior à Semana Santa propriamente dita, o pessoal estava descendo em massa para a Gran Sabana. E, claro, que não conseguia chegar ao destino a tempo parava num hotel no meio do caminho. Não achamos nada que prestasse e decidimos seguir para Upata. Pouco mais de setenta quilômetros de pista simples, sinuosa, com trânsito forte e, claro, totalmente desconhecida. E os faróis, só percebemos depois, imundos! Que maravilha!
E o grande medo: a estrada é boa, mas os poucos buracos que tem são simplesmente mortais: pelo menos 50 cm. de boca e pelo menos 15 cm. de profundidade. Cair num deles seria chão na certa, ainda mais na baixa velocidade provocada pelas outras condições. Felizmente não apareceu nenhum nesse trecho.
Estávamos realmente preocupados, e a viagem teria sido o grande tormento até hoje, provavelmente batendo o navio, se não fossem nossos anjos da guarda: três famílias de Boa Vista que já havíamos encontrado na aduana e depois na parada para almoço, alcançaram a gente e se posicionaram como escolta: um carro à frente e dois atrás. Foi nossa salvação: o carro nos guiava, e permitia uma tocada um pouco mais rápida.
Chegados a Upata, reprise da cidade anterior: todos os hotéis lotados. E imaginem essa procura de hotéis! Felizmente um dos casais dos carros conhecia a cidade e foi pingando pelo hotéis. Nós teríamos nos perdido irrecuperavelmente nessa busca. Depois do terceiro hotel a decisão: seguir para Puerto Ordaz, mais setenta quilômetros, mas agora de auto-estrada, em pista dupla.
Chegados a Puerto Ordaz, já eram umas 21:00, começou a baixar o desespero, e o guia do grupo decidiu parar num motel. Confabulações, visita dos quartos, discussão de preços, já estava quase certo que ficaríamos lá quando uma das famílias decidiu refutar por causa das crianças. Bem, vamos ficar todos juntos, então toca a procurar hotel. O gerente do motel, depois de consultar sabe-se lá quem, nos levou a um hotel que... estava lotado.
Mais confabulação e foi decidido voltar para o motel. Só que para isso foi necessário contratar um taxi: o gerente do motel nos guiara até o hotel mas agora estava indo para casa, e não saberíamos retornar.
Ah, mas antes disso, no caminho do motel para o tal hotel, o grupo se separou. Foi a salvação para nós e para o carro que ficou conosco: o único lugar onde fazia sentido parar para esperar pelo outros era em frente a uma padaria, onde conseguimos comer um salgadinho e um doce a título de jantar enquanto esperávamos.
Chegamos de volta ao motel lá pelas 23:00 horas, e o esgotamento era total! Foi tomar banho e dormir!
17/04/2011 - Domingo: Puerto Ordaz - Ciudad Bolívar
Às 6:30 fomos acordados pela barulheira do pessoal do motel.
Saímos com o pessoal de Boa Vista, mas já decididos a nos separar deles: eles desistiram de ir para Isla Margarita (tão ou mais lotada que a Gran Sabana) e vão para uma praia pequena, onde provavelmente terão dificuldade de encontrar hotel/pousada para um grupo daquele tamanho.
Paramos para tomar café da manhã num 'parador' à beira da estrada, muito prático mas mais uma vez com características bem diferentes do Brasil: o parador é composto por uma série de pequenos cafés dispostos lado a lado num arco, e a oferta é basicamente de salgados fritos: o máximo que conseguimos para dar um toque conhecido ao desjejum foi um pedaço de bolo.
E quando estávamos saindo, lá pelas 8:30, alguns já estavam fechando. Imaginamos que venderam tudo e não tinham razão para continuar abertos.
Nós optamos por vir para Ciudad Bolivar, onde encontramos um hotel em frente ao aeroporto: super conveniente para nossos próximo passo, que é voar para Canaima e visitar o Salto Angel.
O recepcionista do hotel chamou um operador para conversar conosco, e por coincidência era a mesma empresa com que já havíamos feito contato pela Internet. Optamos por fechar com ele, e acertamos para sair amanhã de manhã.
Praticamente o dia inteiro foi gasto com pesquisas na Internet sobre Isla Margarita, redação do diário de bordo e preparação da bagagem para a viagem a Canaima. Ah, almoçamos algo que conhecemos e apreciamos mas em nova 'embalagem': língua à parmegiana! Isso, similar ao filé, mas sem empanar, só com queijo e molho de tomate. Bom!
Tudo organizado, daqui a pouco vamos guardar a moto na casa do operador do tour e dormir para embarcar amanhã de manhã.