Beth & Heinz Klein

(Moto)viagens

Diário de bordo -  Américas 2011: Nicarágua

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31/05/2011 - Terça-feira: Granada

A manhã foi dedicada a passear pela cidade apreciando o que ela tem de bonito. Como em outras cidades que vimos nesta viagem, o contraste entre o centro histórico e o resto da cidade é gritante. Anda-se duas quadras e se passa de ruas com pouco movimento e repletas de edificações bonitas e bem cuidadas para ruas apinhadas de veículos e gente, com construções velhas e mal cuidadas, em muitos casos revelando realmente pobreza.

O centro histórico de Granada definitivamente vale a visita, com a ressalva de que não é fácil apreciar a totalidade do que ele oferece: como comentamos no texto de ontem, é preciso tempo e cara de pau para invadir as edificações para apreciar integralmente a beleza da cidade.
Uma das coisas que descobrimos em Granada é que a Nicarágua é o país das cadeiras de balanço. Todo mundo tem, e segundo uma reportagem que vimos, tipicamente um casal compra suas cadeiras de balanço ao casar e elas ficam com eles por toda a vida. Há cadeiras de balanço de todos os tipos, inclusive 'poltronas de balanço'. E o pessoal tem o costume de sentar na calçada no fim de tarde, e a cadeira quase sempre é uma de balanço.
À tarde fomos visitar mais um vulcão - o Masaya. Não chega a ser repetitivo porque é um vulcão com três crateras (duas extintas e uma ativa) e mais ativo que o Poás (San Jose/CR). Além disso o passeio oferece alguns atrativos a mais: ver os papagaios voltando para seus ninhos dentro da cratera do vulcão (eles se escondem de seus predadores ali, porque são os únicos que conseguem conviver com os gases sulfurosos do vulcão), visitar uma gruta formada dentro da lava por gases e habitada por morcegos e finalmente ver, já depois de escurecer, o reflexo vermelho da lava dentro da cratera. Essa última parte depende das condições meteorológicas, e não tivemos muita sorte: havia tanta neblina que só se conseguia ver um leve brilho alaranjado no meio da névoa - nem deu para fotografar.

Na visita à gruta tivemos oportunidade de ver ao vivo e a cores como são feitas aquelas fotos e filmes fantásticos de animais da National Geographic: havia uma equipe deles trabalhando numa outra gruta, e justamente naquela hora eles foram recolher o resultado do dia (ou dias) anteriores: eles deixam câmeras automáticas fotografando ou filmando durante horas ou mesmo dias e depois vão selecionar os resultados. Covardia!

Sem contar que os caras andam por ali com tripés que são maiores que nossa bagagem inteira, e pelo jeito que os carregam devem ser mais leves que o nosso tripé que cabe na mala de tanque.

Compramos esse passeio na Leo Tours, e mesmo que o passeio em si tenha sido normal (nenhum atendimento excepcional) o entusiasmo e dedicação do Leo a seu trabalho merecem menção. Nos pareceu uma boa agência para se procurar informações e usar para passeios.


01/06/2011 - Quarta-feira: Granada - Danlí (HO)

Chegamos a vacilar sobre ficar mais um dia em Granada, mas achamos que não haveria tanto assim para fazer que justificasse esse dia adicional. Certamente haveria o que fazer na cidade ou em outro lugar da Nicarágua, mas estamos um pouco atrasados em nosso cronograma de viagem e acabamos decidindo tocar para Honduras sem visitar León, que seria o outro atrativo que nos interessava mais. Depois de sair do hotel ainda demos uma parada na Iglesia de la Merced, onde é possível subir à torre do sino e ter uma bela vista da cidade. Além de algumas fotos bonitas ainda tivemos oportunidade de testemunhar e fotografar um funeral interessante pela carruagem que tansportava o caixão.

Depois disso partimos definitivamente e fomos tocando para a fronteira. Mais uma vez uma viagem lenta devido às características da estrada e aos limites de velocidade que evitávamos transgredir para não dar oportunidade à polícia de tentar ganhar uns trocadinhos (ou trocadões) conosco.

Entramos em Honduras por Las Manos, um posto de fronteira mais tranquilo tanto em termos de movimento como de atitude dos funcionários: tentando fugir dos tramitadores e cambistas fomos andando pela área de aduana nicaraguense até chegar ao edifício da migração - o primeiro edifício com alguma placa indicativa de função oficial. Já estávamos fazendo o processamento dos passaportes quando veio um funcionário da aduana que víramos la atrás pedir o documento de importação que havíamos feito na entrada. Sem qualquer animosidade simplesmente comentou que havíamos passado muito depressa, pegou e papel e disse que poderíamos seguir.

No meio tempo a Beth já havia feito a saída dos dois passaportes - nem precisei mostrar a cara lá. Mas ainda tivemos que morrer com mais US$ 4,00 (dois por pessoa) de taxa de saída da Nicarágua. Os caras cobram entrada, saída e tudo que podem.

Na entrada de Honduras a migração (passaportes) foi tranquila e sem custo. Na aduana tivemos que pagar US$ 34,00 totais, referentes a quatro ou cinco diferentes taxas e ainda tivemos que fazer cópias dos documentos emitidos pela aduana. Como havíamos novamente trocado os córdobas restantes por lempiras na fronteira, tínhamos essa moeda para pagar as cópias. As despesas aduaneiras podem ser pagas em qualquer das moedas, mas optamos por dólares por termos poucas lempiras.

O processo todo (nas duas fronteiras) foi razoavelmente rápido (1h15m) e sem desgastes. Até deixamos um adesivo com o rapaz das cópias que o pediu para colocar na copiadora ao lado de outro adesivo de brasileiros. A funcionária da aduana que estava junto acabou levando um também - sabe-se lá o que ela vai fazer com ele.

Seguimos até Danlí, a trinta quilômetros da fronteira, onde achamos um hotel à beira da estrada (Hotel Granada) para passar a noite. Hotel bem razoável, com restaurante também satisfatório. Por falar em restaurante, desde a Nicarágua fomos apresentados a uma forma de preparo de feijão nova para nós: o feijão é transformado numa pasta espessa, como se fosse um purê mais para o seco. Essa pasta aparece por todo lado na culinária local: no café da manhã, em empanadas e tortillas e em pratos normais de refeições.
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