Beth & Heinz Klein

(Moto)viagens

Diário de bordo -  Américas 2011: EUA

Costa Leste (I)

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11/09/2011 - Domingo: Rockland, ME

Esse foi um dia bem diferente nessa viagem. Estamos hospedados em um Inn: uma casa com 5 quartos para alugar - a dona mora em uns cômodos adjacentes. É mais pessoal, e conversando com Sandy, a proprietária, fica-se sabendo mais do local.

Tomamos um café da manhã muito saboroso preparado por ela. Havia um casal de californianos que contou sobre a viagem que faziam: parte de trem e parte com carro alugado. Sandy, hoje, foi para Portland com seus dois cachorrinhos e como volta só amanhã, estamos sós na casa - os outros hóspedes já foram embora.

Acabamos gastando boa parte do dia perambulando pela cidade. Vimos a Estação de Trem, conservada como antigamente, e depois fomos até o local de onde saem ferries para as ilhas. Chegamos a pensar em ir até uma delas, mas optamos por ver mais de Rockland. A cidade tem cerca de 7.300 habitantes, e umas das atrações é o Festival da Lagosta que ocorre no mês de agosto e atrai muitos turistas - a diária do nosso Inn quase dobra nesse período!


Claro que há mais de uma marina, iate clube e tudo que se relaciona com o mar. Nossa andança nos levou até uma prainha, onde nos sentamos e ficamos observando os vários veleiros e barquinhos. No mesmo lugar havia um senhor e uma senhora pintando seus quadros com motivos do lugar, um ambiente muito bonito e relaxante. Dali voltamos ziguezagueando pelo bairro até 'nossa casa'.


12/09/2011 - Segunda-feira: Rockland, ME - Bretton Woods, NH

Iniciamos hoje uma tentativa de ver pelo menos um lugar de cada um dos estados nesse lado dos EUA. Em New Hampshire elegemos Mount Washington, a montanha mais alta do nordeste como destino. Saímos de Rockland ao meio dia, temperatura de 25ºC e céu azul. Deixamos o azul cobalto das águas do litoral e fomos para o verde, já ameaçando amarelar, dos pinheiros.

Sandy e a vizinha, cujo filho fez intercâmbio em São Paulo e Rio, se despediram de nós na porta, bem acolhedor e diferente da impessoalidade dos hotéis. Aliás, desde Montréal com a visita ao Digudi, esse calor humano será a marca das próximas duas semanas.


Normalmente preferimos viajar mais pelas rodovias secundárias e, às vezes, até pelas mais simples, pois assim passamos por vilarejos e se percebe mais como vive a população e o que há escondido nesse imenso país. A primeira 'recompensa' por essa opção foi uma inesperada fila de gente esperando para comprar alguma coisa numa barraquinha na beira da rua. Não paramos para ver o que era, mas ficamos sabendo depois que o objeto de desejo era um sanduíche de lagosta. Deve ser realmente algo especial para formar essa fila.
Outra novidade foi um grande complexo de escolas, que não combinava com a densidade populacional da região. É a Hebron Academy, um internato e semi internato, no meio de uma mata, com vários prédios e várias áreas de esporte. O que nos chamou a atenção foram justamente os vários grupos de estudantes treinando, todos uniformizados com os técnicos e auxiliares.

Pesquisando mais tarde ficamos sabendo que é uma escola privada que se propõe a preparar os alunos para ingresso nas melhores universidades americanas, por um preço bem salgadinho: US$ 48.000 por ano.

As placas avisando a presença de animais na pista foram novamente aparecendo, e num posto de gasolina em que paramos havia um jornal local mostrando na capa a captura de um enorme alce.

Estamos nas Montanhas Brancas (White Mountains) do estado de New Hampshire, onde há muitas estações de esqui. Quando fomos jantar, pertinho do hotel, que fica à beira da estrada, vimos que uma das mais famosas (Bretton Woods) fica diretamente em frente ao restaurante.


13/09/2011 - Terça-feira: Bretton Woods, NH - Twin Mountain, NH

O dia começou muito bem, com o passeio de trem com cremalheira para subir ao pico d
o Mount Washington, que fica a quase 2.000 metros de altitude. Pode-se fazer a subida em Van ou com veículo próprio, mas optamos pelo trem por ser mais característico do lugar e por ser a segunda maior inclinação de trem de cremalheira do mundo (o mais inclinado fica na Suíça).


É um só vagão com 60 pessoas no máximo, de hora em hora essa época do ano, ao salgado preço de U$ 62,00 por pessoa. Uma vez por dia (8h30) a máquina ainda é uma maria fumaça, mas as outras viagens são com locomotivas a diesel. A subida demora 40 minutos e quando se chega lá em cima sopra um vento frio e muito forte - inclusive, se o tempo estiver ruim ou com muito vento o passeio pode ser suspenso. Aliás, nessa montanha foi registrado o mais forte vento medido em todo o mundo: 371 km/h, em 12 de abril de 1934!

Se o tempo estiver limpo dá para ver o Oceano Atlântico e a Província de Quebec mas, segundo o funcionário do trem que viaja no vagão, se a gente conseguir ver qualquer coisa já está no lucro: o cume da montanha fica envolto em nuvens mais de metade do ano. Deu para ver a cadeia de montanhas que há na região, portanto não podemos reclamar.

A cadeia de montanhas do Mount Washington é chamada Presidential Ridge porque cada pico recebeu o nome de um presidente dos EUA. Uma delas, que tem o nome de um senador, será rebatizada no ano que vem com o nome de (Ronald) Reagan. Fica-se por lá no máximo uma hora pois além da passagem de trem prever a descida no seguinte (uma hora depois) não há muito o que se ver. Além de restaurante e loja de souvenirs há um museu: uma casa de pedra muito interessante, pois as paredes foram feitas com pedras empilhadas e tem a espessura de um metro, que inicialmente foi um hotel erguido em 1868 que tinha como quarto 5 triliches num mesmo aposento, e um salão que servia como restaurante e local social e uma grande cozinha. Gosto não se discute...

Depois de voltar à base da montanha partimos em direção do Estado de Vermont, com o objetivo de visitar o Quechee Gorge, uma garganta formada pelo rio Quechee. A idéia era ir até Quechee, dormir lá e visitar a garganta no dia seguinte. Que viagem!

Quando chegamos a Quechee tivemos a triste oportunidade de ver a ação do furacão Irene ao vivo e a cores: um terço da ponte coberta que é um dos atrativos da cidade foi levado pelas águas do tio Quechee. Os poucos hotéis e inns da cidade estavam fechados, e voltamos para Whiteriver Junction (indicação do GPS) para procurar hotel: tudo lotado. Seguimos para o norte em Vermont, e numa parada de estrada com WiFi (gentileza do governo estadual, muito legal!) localizamos um hotel barato e com vagas.

Ligamos, fizemos a reserva e nos mandamos.
Logo descobrimos porque esse hotel estava disponível e tão barato: as duas estradas que tentamos pegar estavam interrompidas por queda de ponte ou destruição da própria estrada. Desistimos e seguimos para outra cidade onde havia alguns hotéis: lotados!!!

Durante essa procura passamos por diversas cidades - lembramos de Rutland e Barre - onde se podia testemunhar o estrago feito pelo Irene: casas e pontes destruídas, estradas, lavouras, campos de golfe e de futebol cobertos de areia de rio. Muito triste e assustador. Não se consegue imaginar o desespero que deve ter acometido os habitantes dessa região, mas só de ver já deu um aperto no coração. Especulamos inclusive que os hotéis estejam lotados por desabrigados e pessoal trabalhando na recuperação das cidades e estradas destruídas.

Já eram quase 18h00, estava começando a escurecer e bateu o medo: não podíamos confiar em GPS nem mapa pois nunca saberíamos onde apareceria outra estrada interrompida, então resolvemos voltar correndo para terreno conhecido: Twin Mountain, cidade a uns três quilômetros de Bretton Woods - isso só para não ficar no mesmo motel da noite anterior ;-))

Ligamos para fazer uma reserva usando a rede WiFi de um dos hotéis lotados - e a bateria do celular também estava acabando - e nos metemos novamente na estrada. Foi o segundo trecho noturno em toda a viagem -chegamos depois das 21h no hotel - e mais tenso que aquele da Venezuela: nós que passamos semanas na esperança de ver um alce agora passamos duas horas e meia torcendo fervorosamente para que nenhum alce ou outro animal cruzasse nosso caminho nas estradas secundárias sem movimento algum que percorremos. Ainda mais quando a dona do hotel se despediu do telefonema de reserva dizendo exatamente isso: "cuidado com os alces!".

Chegamos ao hotel e ainda conseguimos achar um restaurante aberto para comer uma salada e uma sopa imensamente necessárias: além do café da manhã tudo que havíamos comido o dia inteiro foi um cachorro quente num posto de gasolina no caminho. E o desgraçado estava apimentadíssimo, a ponto de lembrarmos dele por mais de meia hora após partirmos do posto. Argh! Quem diz que a linguiça apimentada no Brasil é forte ainda não comeu esse hot dog.

Bem, devidamente acomodados no muito confortável hotel, descobrimos que teria sido muito fácil evitar todos esse desgaste: bastaria ter entrado no Google com "quechee gorge irene" e ficaríamos sabendo que a garganta está entupida de bujões de gás e outros objetos. Mas nos baseamos na página oficial do parque onde fica a garganta, e nesse site não há uma palavra sequer sobre danos.


14/09/2011 - Quarta-feira: Twin Mountain, NH - Boston, MA

Nosso destino hoje era casa de Megan Page e Reginaldo Barosa, em Boston - na realidade Quincy, uma cidade perto de Boston. Regi foi colega de trabalho na IBM Brasil e mudou-se para os EUA há uns 12 anos. Logo que ficou sabendo de nossa viagem nos convidou a passar por lá e ficar na casa deles. O encontro era algo que já desejávamos, e ficamos ainda mais felizes com a hospitalidade.

Depois do dia super-desagradável de ontem, começamos este muito bem: pegamos a Kankamagus Highway, uma estrada que vai de Lincoln a Conway, ainda no estado de New Hampshire. Ela atravessa a National White Mountains Forest, com alguns gostosos trechos de serra e vegetação já amarelando para avisar que o outono está chegando.

Dali tomamos a rodovia 153 em direção ao sul, onde tivemos a oportunidade de ver algo novo: uma prainha no vilarejo de Eaton, que é particular: não tem cercas nem grades mas havia uma placa indicando que só pode ser usada por moradores na localidade ou que fossem pagantes dos impostos locais. Sempre aparece algo novo...

Dali resolvemos acelerar a tocada e pegamos uma auto-estrada. Paramos para almoçar em um simpático restaurante em Hampton, Tavern 401, e por coincidência um candidato a algum cargo político apareceu por lá para fazer sua propaganda, com todo aquele séquito - nada muito diferente do Brasil - posando para fotos, cumprimentando os eleitores e fazendo que estava comendo um belo prato de frutos do mar e uma lagosta. Quando ele foi embora veio a garçonete com um pratinho de frutos do mar - ostras, lagosta e camarões - e colocou em nosso mesa: cortesia da casa, já que o cara não havia nem tocado no prato. Muito obrigado!

Continuamos a viagem para Boston, e para chegar a Quincy tivemos que passar pelo centro de Boston. Lógico que isso nos fez pegar o congestionamento de fim de tarde, e chegamos a ficar preocupados com o super-aquecimento do motor (acontece sempre nessas situações, a refrigeração não dá conta do anda-para). Mas chegamos bem à casa de Megan e Regi, em Marina Bay, um recanto agradabilíssimo. Demos uma volta à pé pela Marina e à noite o casal nos ofereceu um saboroso jantar de lagosta.


15-17/09/2011 - Quinta-feira - Sábado: Boston, MA

Durante esses três dias certamente queríamos visitar Boston, mas nossa prioridade era descansar um pouco e ficar com Megan e Regi: eles foram extremamente gentis e nos permitiram ficar em sua casa depois que viajaram para o Caribe no dia 16, portanto teríamos esses dias para passear.


Mesmo assim na manhã do dia 15 saímos para passear de carro com o Regi por Boston. Cidade simpática, com áreas históricas muito bem conservadas. Québec era a cidade mais européia até agora, mas Boston a bateu de longe! Fomos até o campus da Faculdade de Harvard, em Cambridge, em plena atividade, muitos estudantes sentados nos bancos e caminhando em direção aos prédios, quase todos de tijolos aparentes em torno de um bonito parque cheio de árvores. O campus é muito bonito e charmoso, mas relativamente discreto para o verdadeiro mito que é Harvard. Mas ter o privilégio de morar e estudar ali dentro é para poucos!

Para ir lá estacionamos na redondeza, e não resistimos a fotografar as placas de regulamentação do estacionamento naquela rua. Vejam só a coleção de diferentes horários e datas: dá para ficar parado tempo suficiente para tomar uma multa enquanto se tenta decidir se naquele dia e hora pode-se estacionar ou não!

Depois o Regi rodou um pouco pela cidade mostrando diversos locais importantes ou bonitos, com destaque para Beacon Hill, um bairro nobre pela história e antiguidade, com postes de iluminação a gás, casas de arquitetura inglesa, muito charmoso - e caro!


À tarde fomos almoçar em um restaurante brasileiro por quilo, Rio´s Steak House: comida muito saborosa, temperinho caseiro, com várias saladas, arroz, feijão, banana frita, farinha e churrasco. E para fechar um pudim de leite! Hmmm! Vale a pena passar por lá! E à noite ficamos conversando com nossos anfitriões, aproveitando ao máximo sua companhia, já que viajariam na manhã seguinte.

No dia 16 não fomos a lugar nenhum: ficamos descansando, lavamos roupa e cuidamos de algumas pendências pela Internet. O almojantar usual foi num dos restaurantes da marina ao lado, tudo num ritmo super tranquilo.

E finalmente fomos ver Boston no dia 17. Existe um roteiro marcado no chão (calçadas e ruas - grande parte tijolos enbutidos no piso, o resto pintado) da cidade, que percorre os mais significativos marcos históricos da cidade, chamado de Freedom Trail. É muito prático e permite uma visão geral muito boa da cidade. A linha de metrô que nos levaria para a cidade para exatamente na estação onde começa a Freedom Trail, e decidimos fazer esse programa.

O resultado geral está no álbum de fotos, mas o fato marcante do dia começou no próprio metrô: o trem estava cheio de jovens, de todas as tribos imagináveis. Ficamos imaginando que deveria haver alguma boa razão para tanta gente na mesma faixa etária estar junta no metrô.


É, havia sim: no próprio Boston Common, o parque central e mais antigo (criado em 1630, como pasto e área de exercícios militares) da cidade, onde começa a Freedom Trail, estava sendo realizado um evento anual pela liberação da maconha! Bandas tocando, barraquinhas vendendo comida, bebida e lembranças alusivas ao evento e muita gente!

Esse evento estava na sua vigésima segunda edição, e neste ano comemorava um fato muito especial: era a primeira vez que ele se realizava sob uma nova legislação, que torna o porte e uso de até 28 g. de marijuana uma contravenção passível de multa de US$ 100,00 ao invés do crime que era antes, sujeito a prisão.

Enfim, foi um interessante, diferente e inesperado começo de nosso passeio. Seguimos a Freedom Trail, o que nos deu oportunidade de ver um pouco mais de Beacon Hill e os diversos pontos turísticos indicados por essa trilha.

No bairro italiano topamos novamente com uma senhora fila em frente a um estabelecimento comercial, o Modern Pastry Shop. Dessa vez a atração são os cannolis que esse lugar vende. E pesquisando para descobrir isso encontramos inclusive uma super-apaixonada discussão sobre quem faz os melhores cannolis e outras especialidades. Devíamos ter entrado na fila...

Falando em comer, almoçamos no Quincy Market, que virou uma atração gastronômica: a comida não é de alto nível, mas bastante saborosa e variada. É uma praça de alimentação com formato e ofertas diferentes do usual. Comemos uma bela sopa de frutos do mar no pão italiano, muito saborosa.


18/09/2011 - Domingo: Boston, MA - Old Tappan, NJ

O que será Old Tappan e o que queremos lá? Simples, visitar um casal brasileiro de nosso círculo de motocliclismo que acabou de se mudar para lá. Bete e Sidão nos convidaram para ficar com eles e aceitamos com imenso prazer.

Mas resolvemos alongar a ida para lá: um dos nossos objetivos é ver pelo menos uma coisa de cada estado por onde passamos, e se possível fazer isso em todos os estados americanos no continente. Faltava, então, passar por Rhode Island e Connecticut, e resolvemos cobrir esses estados no caminho para New Jersey. Em Rhode Island elegemos Newport como objetivo e rumamos para lá.

É uma cidade muito pitoresca, com ruazinhas estreitas próximas a orla e cuja economia aparentemente gira em grande parte em torno de atividades relacionadas ao mar: pesca da lagosta, diversas marinas e também estaleiros - um deles com veleiros e iates bem grandes - além de ser destino de cruzeiros marítimos - havia um navio da Caribbean Cruises lá. Inclusive, neste fim de semana estava havendo uma feira de barcos, e equipamentos. Uma das principais ruas é chamada Admiral´s Cup (uma competição de veleiros de grande porte) - não conseguimos descobrir se a cidade era um dos portos de parada da regata.

Passeando por ali vimos uma pilha de armadilhas para caçar lagostas, e fomos conversar com um senhor para entender como funciona: joga-se cem ou mais armadilhas no mar - numa boa caçada consegue-se 2 a 3 lagostas por armadilha. E depois de dois dias tem que se recolher as armadilhas senão as lagostas comem umas as outras.

Demos uma volta ao longo do litoral que circunda a cidade, um circuito chamado de Ocean Drive - as ruas têm outros nomes.

O litoral é muito lindo, com várias baías, com praias e mansões em enormes áreas de terreno. Coisa de cinema! Há até placas indicando a área das mansões, algumas abertas a visitação, como atração turística. Havia pessoas praticando windsurf e até algumas nadando apesar da baixa temperatura e do vento cortante. Um lugar que vale a pena ser visto.

Depois de Newport o plano era cruzar Connecticut visitando suas pontes cobertas. Essas pontes cobertas são uma característica da região, há muitas em New Hampshire (mas não vimos nenhuma) e Vermont (vimos uma destruída pelo Irene) e Connecticut também tem cinco.

Infelizmente ficou muito tarde e optamos por atravessar o estado de Connecticut por auto-estrada rápida, sem parar. Talvez até tivesse dado para ver uma ou duas pontes, pois pegamos um belo congestionamento num trecho da I-95, mas nunca saberemos. Foi bom fazer essa opção, pois chegamos à casa da família Simões ao anoitecer.

Fomos recebidos com muito carinho e um belo jantar brasileiro de arroz, feijão e carne acebolada. Estamos ficando mal acostumados com tudo isso!


19/09/2011 - Segunda-feira: Old Tappan, NJ

Estávamos à beira de New York, mas já conhecemos a cidade e acabamos curtindo a família Simões e deixando a Big Apple para outra oportunidade. Acordamos tarde, passeamos um pouco pela redondeza com a Bete e ficamos esperando pelos filhos deles. Hoje foi um dia especial para o Tiago, o mais velho: foi seu primeiro dia na escola americana!

Quando ele e a Letícia chegaram ouvimos as novidades e depois saímos para fazer umas compras (reposição de calçados) e buscar o Sidão no trabalho. Mais um pouco de conversa à mesa do jantar completaram o dia.


20/09/2011 - Terça-feira: Old Tappan, NJ - Philadelphia, PA
Hoje foi o grande dia!!! Nossa vinda para a área de New York estava toda centrada nos acontecimentos de hoje: nossa filha Karen e o Daniel (DT) chegariam do Brasil para nos ver. A ansiedade era grande, e não víamos a hora de encontrá-los. Acordamos cedo para ver se o vôo chegara na hora e ficamos esperando uma mensagem deles informando que já estavam a caminho.

Acabamos só vendo essa mensagem com atraso e para completar levamos uma pequena eternidade para chegar a Elizabeth (lugarzinho com nome especial...) onde combináramos encontrá-los.

O reencontro foi muito bom, depois de quase sete meses rever a Karen foi maravilhoso - só uma vez ficamos tanto tempo longe dela, quando ela fez intercâmbio no Japão.

Dali tocamos para Philadelphia. A idéia original era fazer um pouco de turismo pela cidade, mas pegamos um trânsito pesado que atrasou a chegada e além disso a Karen e o DT estavam bem cansados da viagem. Nos limitamos a comer um belo almoço mexicano e fazer algumas compras que eles queriam fazer e nós aproveitamos para trocar nossas jeans que também já estavam no fim.

Foi um dia longo e cansativo tanto pelo tempo e trânsito como pela emoção de estar com os dois depois de tanto tempo.


21/09/2011 - Quarta-feira: Philadelphia, PA - Arlington, VA (Washington)

Não queríamos sair de Philadelphia sem dar pelo menos uma olhada na cidade e em alguma coisa dela, então saímos do hotel, demos uma rodada pelo centro e fomos visitar uma prisão (Easten State Penitentiary) atualmente transformada em museu.

É um local de triste história, mas a arquitetura é muito interessante e algumas histórias são certamente curiosas. Uma delas é que Al Capone foi um de seus 'hóspedes', e de maneira análoga a nossos bicheiros e outros presos tinha um monte de privilégios. Outra foi uma lista de guardas da penitenciária, com um detalhe bizarro: um deles esteve na prisão durante um certo tempo como guarda e alguns anos mais tarde retornou... como prisioneiro!

Dali pegamos a estrada para Arlington (o destino real era Washington DC, mas decidimos nos hospedar em Arlington para baixar o custo de hotel) com chuva e temperatura de 25ºC. Karen e DT à frente, no Dodge Charger que alugaram e nós os seguindo.

Primeiro a viagem foi um pouco maluca pois o GPS do DT volta e meia o fazia pegar uma saída de um trevo, percorrer toda a via paralela à estrada que compunha o acesso às alças do trevo para retornar à mesma estrada. Na parte final fomos levados por um caminho muito maluco, que é muito difícil imaginar que seja o mais rápido (opção configurada no GPS): pegamos umas ruas com trânsito e semáforos muito demorados, em que chegamos a demorar dez minutos para atravessar um cruzamento.

Com isso a viagem acabou bastante cansativa pois mesmo na Interstate pegamos um belo trânsito de fim de tarde. E aquele corredor maravilhoso pedindo para a gente entrar nele e ir embora, mas aqui isso não existe (ou melhor, só existe na Califórnia): a moto fica comportadinha na fila como qualquer outro carro. Essa deve ser uma das razões pela qual quase ninguém vai trabalhar de moto: não há nenhuma vantagem siginificativa.

Voltando ao GPS, nós também temos tido algumas surpresas estranhas com esse aparelhinho. Naquela noite em que estávamos voltando de Vermont para New Hampshire ele nos mandou entrar numa rua de uma cidade que não parecia ter nada a ver com nosso roteiro. Andamos pouco mais de um quilômetro e voltamos, pois aquilo estava muito estranho. Pedimos informações ao operário de uma obra na rua e seguindo sua indicação tocamos em frente - e depois de menos de um quilômetro o GPS 'concordou' conosco. Coisa de doido!

Ah, lembramos de algo que já queríamos comentar desde Montréal: nas cidades grandes canadenses e americanas é preciso acostumar-se com as sirenes. Como as ambulâncias e outros veículos de socorro furam semáforos e cruzamentos a qualquer hora do dia ou da noite eles sempre andam com as sirenes ligadas. Chega a ser irritante, mas o pessoal que mora lá comenta que depois de algum tempo nem se liga mais.





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