O mirante fica no topo de um desfiladeiro em cujo início cai a catarata de 70 metros de altura. Mais para a frente o rio deságua num lago de águas esverdeadas e limpas, o Daisy Lake.
Dali fomos até a Vila de Whistler (Whistler VIllage): um grandioso complexo turístico, com muitos hotéis e prédios baixos de apartamentos de aluguel, restaurantes, lojas diversas a pouco mais de 600 metros de altitude. No fundo um lugar bonito mas sem personalidade.
Como é verão o tema muda de esqui para mountain bike: o local é a sede oficial desse esporte na região, e a cidade estava cheia. Estava sendo realizado um festival, com pistas bem variadas, passando entre as árvores, com subidas, descidas, curvas. Há diversos níveis começando com o novato indo até o mais experiente e com mais habilidades.
As montanhas Whistler e Blackcomb, a mais de 2.400m de altura, são as vedetes do lugar e para se chegar ao topo há teleféricos com gôndolas. Um deles até estava funcionando, mas devido ao avançado da hora e ao tempo encoberto nem tentamos subir, pois achávamos que pouco veríamos lá de cima. Mas com o tempo mais aberto a paisagem deve ser linda.
Demos uma circulada pela cidade com a motos - novamente só é possível estacionar pagando - e voltamos para Vancouver. O tempo apesar de encoberto conservou a temperatura entre 15 e 17 graus e de vez em quando o sol aparecia por entre as nuvens. Valeu pela viagem e pela companhia dos dois gaúchos.
O passeio com outros motociclistas nos lembra algumas considerações: a quantidade de motos circulando nos EUA e Canadá é impressionante. A maioria absoluta (devem ser no minimo 70%) de Harleys, claro, e mesmo entre as demais 30% customs são a maioria. Curiosamente, a maioria das BMW não é GS, o que é compreensível: praticamente todas as estradas são (bem) pavimentadas, e RTs e LTs são as motos mais 'naturais' para esse ambiente.
Dois tipos de veículo típicos daqui são os trikes, motocicletas (normalmente HD Eletra Guide e Gold Wings) transformadas em triciclos, bem diferentes dos nossos, e motos puxando carretas - um porta-malas adicional.
Por haver poucas GSs, quando cruzamos com uma ficamos imaginando que esse deve ser um viajante de outro país ou um local que faz viagens mais extensas. E já desde a América Central sempre que se cruza com um desses viajantes fica uma sensação de ter perdido uma oportunidade: de saber de onde ele vem e para onde ele vai, tentando entender qual é sua aventura.
Um cumprimento é quase obrigatório quando se cruza com motos aqui, e curiosamente praticamente nenhum motociclista levanta o braço para isso: o cumprimento é com a mão estendida lateralmente, abaixo da linha do guidão. Bastante discreto, não sabemos se há alguma razão especial para isso.
O dia acabou com Vancouver nos devendo uma oportunidade turística: o monte Grouse. É outro ponto de atração importante, e fica diretamente atrás do hotel onde estávamos. Entretanto, nos três dias em que poderíamos ter subido (há um teleférico) as nuvens só descobriam o topo lá pelas 20h00! Essa época do ano é muito ruim para quase todo tipo de turismo envolvendo montanhas por aqui.
Uma dica em relação ao visto para o Canadá: para economizar, tiramos o visto para uma entrada, pois o trânsito entre EUA e Canadá não conta como entrada e saída - portanto é suficiente uma entrada desde que só se saia para os EUA. Entretanto, essa opção pode gerar uma tensão evitável: nesse caso o consulado dá visto para seis meses, e tivemos que nos apressar para entrar no Canadá antes que o visto expirasse.
Conversando com o Renato, ele tirou visto para múltiplas entradas, e recebeu um visto válido até a expiração do passaporte. Deveríamos ter feito o mesmo e evitado a correria.
21/07/2011 - Quinta-feira: Vancouver - Victoria
Era dia de partida para todos: Renato e Edson em direção a Seattle e nós para Victoria, capital da British Columbia, localizada na Ilha Vancouver. Sem pressa, ainda conversamos um pouco no estacionamento do hotel, tiramos fotos e nos despedimos alegres pelo reecontro e tristes pela rápida separação.
Saímos do hotel, cada um com seu GPS programado, pensando que atravessaríamos a Lions Gate Bridge e logo depois nos separaríamos. Acabamos tocando juntos quase até o posto de fronteira com os EUA - só uns poucos quilômetros antes sai a estrada em direção a Tsawwassen, de onde parte o navio para Victoria. É no que dá não olhar o mapa...
A aproximação do terminal de ferry da BC Ferries já é interessante: eram 10h35 e faltavam uns dez minutos para chegar ao terminal; apareceu um luminoso por cima da estrada: "Victoria ferry, 11:00, 73% full". Fica-se pensando: acelero para pegar ou vai encher e é melhor parar para um café?
Fomos otimistas e não tivemos nenhum problema para comprar a passagem. A formação da fila para entrar foi meio maluca: nos mandaram ficar no fim de uma fila bastante longa de carros. Pouco depois chegou uma funcionária dizendo que houvera um engano e deveriamos avançar para o início da fila para embarcar primeiro. Fizemos isso e ficamos junto com outra moto esperando... até que todos os carros fossem embarcados. Não entendemos muito bem a lógica do processo, mas tudo bem.