O hotel em si não é caro (pelo menos nessa época do ano - US$ 63,00) para um brasileiro (no Brasil não se encontra um hotel daquele padrão por menos que R$ 150,00) mas esse valor é meio alto na Costa Rica. Já o restaurante é um tanto caro - mas também é muito bom!
Nesse dia só demos uma voltinha pela praia para conhecê-la, tomar um banho delicioso - descobrindo que o Oceano Pacífico também tem águas quentes) jantamos no hotel e fomos dormir.
28/05/2011 - Sábado: Playa Hermosa
Passamos quase todo o dia fazendo uma das coisas que nos havíamos proposto a fazer em Playa Hermosa: atualizar este site. Só demos uma volta pelo lado 'urbano' da praia, olhando os condomínios e procurando entender um pouco como é constituída a ocupação deles.
Á noite estávamos sentados no restaurante mexendo no notebook e pretendíamos sair para uma pizzaria na mesma rua do hotel quando começou... a chover! A mesma chuva miserável de San Jose também cai em Playa Hermosa. E por um problema de drenagem no hotel, o restaurante ficou totalmente inundado. Passamos bem meia hora sentados na escada ao lado da recepção apreciando a luta dos funcionários com a água.
Quando finalmente se conseguia andar de novo pelo restaurante já era tarde e optamos por jantar lá mesmo, inclusive porque a chuva havia deixado de ser torrencial mas ainda caía com vontade. Mesmo para voltar para o quarto ainda tivemos que usar o guarda-chuvas do hotel.
29/05/2011 - Domingo: Playa Hermosa
Pegamos a moto e fomos conhecer as praias vizinhas. Há praias mais badaladas, como Cocos e uma praticamente sem infra-estrutura turística (Panama), mas Hermosa é, como praia, a mais bonita das que vimos. Mesmo assim cada uma tem seus atrativos. Panama, por exemplo, é quase uma lagoa de tão calma.
Almoçamos num hotel em Playa Hermosa, suficientemente tarde (16h00) para dispensar o jantar. O resto da tarde e noite foi gasto mexendo no site. Enfim, dois dias de puro descanso - e isso é o que Playa Hermosa tem de melhor para nos oferecer.
30/05/2011 - Segunda-feira: Playa Hermosa - Granada (NI)
E nesse dia cruzamos a fronteira com a Nicarágua. Essa foi outra razão para escolher Playa Hermosa como ponto de parada: em menos de duas horas estávamos na fronteira.
A saída da Costa Rica é tranquila, só foi um pouco mais demorada por um erro crasso de planejamento: deixamos para cruzar na segunda-feira para evitar possíveis problemas de câmbio ou aduana fechada no domingo e o que aconteceu? Dia 30/05 é dia das mães na Nicarágua! Feriado, e mais gente que o normal cruzando a fronteira. Muitos nicas (assim se auto-denominam os nicaraguenses) moram e trabalham na Costa Rica.
Cuidado: trocamos os colones (moeda costa-riquenha) restantes por córdobas (Nicarágua), o que não é um problema: mesmo com câmbio ruim, é uma forma confortável de se livrar do restinho de dinheiro do país do qual se está saindo. Mas o cambista, com o argumento de que não haveria câmbio na Nicarágua por causa do feriado, me convenceu a trocar também alguns dólares para ter mais dinheiro local. Completamente desnecessário: a maioria das taxas cobradas pela Nicarágua na entrada têm que ser pagas em dólares, e as poucas em córdobas podem ser pagas em dólar.
A entrada da Nicarágua chega a ser assustadora: primeiro uma quantidade inacreditável de caminhões que literalmente escondem os edifícios que temos que procurar. E para completar há um verdadeiro enxame de tramitadores que querem a todo custo te ajudar com a burocracia. Esses até que dá para afastar sem muito trabalho: quando eles percebem que se fala espanhol o assédio diminui.
Vamos ao procedimento: primeiro tem que se fazer a fumigação da moto - não sabemos contra que, mas tem que ser feito. E para isso é necessário pagar a primeira taxa: C$ 67 ou US$ 3. De lá segue-se para a imigração. Se houver fila, um conselho: tente evitar a fila onde há estrangeiros como nós. Os locais passam relativamente rápido, mas os estrangeiros têm que pagar US$ 14,00 de taxa de entrada e isso leva tempo (coleta e troco do dinheiro e preenchimento de recibo pelo funcionário).
Pronto, nós entramos no país! Agora falta a moto. Primeiro, depois de preencher um formulário de aduana muito parecido com o que preenchemos quando voltamos ao Brasil, este tem que ser assinado por um fiscal que olha a moto e, eventualmente, a bagagem (não foi nosso caso). Esse funcionário cuida de carros, motos e pedestres com bagagens imensas, e não é fácil conseguir sua atenção.
Uma hora consegue-se passar por essa etapa e agora é preciso fazer o seguro da moto (US$ 12,00) e pagar uma taxa de circulacion (??): US$ 5,00 (pode ser paga em córdobas). Agora é necessário coletar mais uma assinatura no formulário de aduana, mas para nós isso foi fácil: o policial responsável estava sentado na frente dos escritórios onde fizemos o seguro e circulacion.
Não acabou não: agora é que se vai tirar a permissão de importação temporária do veículo. Isso é feito em outro prédio, uns 100 metros afastado. O procedimento já é ridículo: há duas funcionárias sentadas lado a lado, cada uma atendendo a uma 'janelinha'. Entra-se na fila, entrega-se os documentos à primeira, que faz lá seus procedimentos e nos devolve os documentos para que entremos na fila ao lado para obter os carimbos finais da segunda funcionária. Não perguntem por que uma não pode passar os papéis para a segunda!
Mas tudo isso depende, é claro, das funcionárias estarem presentes. Quando cheguei ao guichê elas estavam em pausa de almoço, e a espera foi de uns vinte minutos. Ah, mas finalmente estávamos com o famoso papel. Partimos, e fomos obrigados a voltar porque mais uma vez fui desatento: o número da chapa da moto estava errado! A correção até que foi rápida e pudemos realmente partir, não sem antes pagar mais US$ 1,00 por pessoa de uma taxa local do município.
Temos sérias dúvidas se essa taxa realmente existe, mas estávamos cercados por dois ou três indivíduos de uniforme, e até recebemos um recibo pelo pagamento. E depois de três horas (total para os dois lados) saímos da aduana e realmente entramos na Nicarágua. Essa entrada também tem seus problemas: a estrada é estreita e sem acostamento, e forma-se uma fila de caminhões aguardando passagem pela aduana. A gente vai pilotando e torcendo para que não venha nenhum carro no sentido contrário, pois dificilmente haverá espaço para ele e a moto no que sobra da estrada.
Mas não aconteceu nada e tocamos para Granada - uma viagem tranquila de uma hora e meia em estrada calma e bem pavimentada. Só as escolas e vilarejos continuam diminuindo a velocidade.
A entrada em Granada é para variar meio caótica, e fomos apanhados de surpresa por uma expressão coloquial: pedimos informações sobre como chegar ao centro e a senhora disse que pegássemos uma certa rua até o alto e virássemos à direita. Ficamos confabulando como reconheceríamos ter chegado ao alto da rua, até que percebemos que deveríamos procurar pela placa de Alto, que é a nossa placa de Pare (hexágono vermelho).