Mais um dia basicamente de viagem, apesar de mais tranquilo que ontem: às 15h10 estávamos em Barinas, parando no hotel.
Antes de sair de Valencia fizemos nosso 'plano de viagem': perguntas a locais, uma olhada no mapa que temos no micro e construímos, num pedaço qualquer de papel, uma lista de nomes das cidades por onde devemos passar - esse é nosso 'mapa' para cada trecho da viagem.
O primeiro trecho, até San Carlos, foi relativamente lento devido ao tráfego e à estrada de pista simples. Mais uma constatação que diferencia a Venezuela de outros lugares que conhecemos: aqui os carros atrapalham os caminhões! É verdade, volta e meia aparece um carro muito mais devagar que os caminhões.
Na parada para descanso em San Carlos vivenciamos mais uma vez uma característica do venezuelano: aqui você só não conversa com os locais se não quiser. Qualquer situação é oportunidade para eles puxarem conversa, perguntarem sobre a gente, dar sugestões e conselhos sobre o próximo trecho, enfim, muito simpáticos e prestativos.
O resto da viagem foi muito tranquilo, totalmente em auto-estrada. Eu não estava mais acostumado com essa moleza: a facilidade junto com o barulho do vento no capacete provocaram muito sono!
Em Barinas tivemos um problema que é relativamente fácil de resolver por aqui: não tínhamos mais dinheiro (venezuelano). Explicamos ao recepcionista do hotel, ele ligou para alguém, outro funcionário foi até a padaria ao lado e voltou dizendo que lá comprariam nossos dólares.
Pronto, estamos reabastecidos por uns dias. Temos trocado sistematicamente a Bsf 8 / US$. Não é o melhor cambio que se poderia obter, mas pelo menos desse jeito podemos ir trocando, sem grandes dificuldades, conforme precisamos.
Ah, outra preocupação: só encontramos um barco para nos levar de Cartagena ao Panamá para o dia 14/05. Não esperávamos ter que esperar tanto tempo, principalmente porque a Colômbia está com muitos problemas nas estradas andinas, e fica difícil bolar um plano de viagem para preencher esse tempo. Vamos pensar com mais calma nisso em Mérida - hoje estamos sem Internet e nem dá para fazer qualquer pesquisa nesse sentido.
Assim passou mais um dia. Amanhã completaremos os últimos 135 km até Mérida. Boa noite!
29/04/2011 - Sexta-feira: Barinas - Mérida
Grande mudança: pode ser que hoje puxemos o cobertor para dormir: depois de sessenta dias lutando com aparelhos de ar condicionado barulhentos e mal posicionados (soprando diretamente em cima da cama) porque sem eles era muito difícil dormir, estamos numa temperatura suficientemente baixa para pensar em usar o cobertor.
Mas antes disso fizemos uma viagem que deu para dar uma arredondada nos pneus: foi a primeira serra de verdade da viagem. A estrada é uma Serra do Rio do Rastro, tanto em largura com em variedade e tipo de curvas. Também os precipícios e as proteções laterais baixas são similares - as proteções aqui são até mais preocupantes que as da SRR. E o tráfego também é parecido: caminhões e ônibus, sendo que os ônibus são essas coisas típicas daqui.
Mas há algumas diferenças: sua extensão (até Mérida, não sei como continua) é de 135 km. Isso mesmo, 135 km. de curvas. Durante esse trajeto ela sobe até quase 4.000 metros de altitude para descer aos 1.600 onde fica Mérida.