Hoje, dia 08, quase perdemos o café da manhã: acordamos às 9:40. Vergonha...
Só saímos do hotel lá pelas 13h30 (afinal estamos aqui para descansar e não fazer turismo) e fomos visitar o Museu Nacional dos Coches (afinal, se não fizer turismo vai fazer o quê? ;-)) ). Depois de um almojantar e uma perambulação ao longo das margens do Tejo encerramos o dia.
Amanhã embarcamos para Dubai. Até sábado de manhã ou estaremos dentro de aviões ou dormindo. Voltamos ao ar de Johannesburg.
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Quinta e sexta-feira
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Lisboa - Dubai - Johannesburg
Surpresa! Ói nóis aqui! Tivemos sorte duas vezes: o vôo para Dubai está vazio, e pudemos nos espalhar nas quatro poltronas do meio, com lugar sobrando! E, ao contrário do que dizia o site de avaliação Seat Guru (www.seatguru.com), as poltronas da classe econômica têm tomadas para ligar equipamentos elétricos.
Ooops, segunda surpresa: as tomadas não têm capacidade para o notebook - dá prá conectar e carregar celular e iPad, mas quando se conecta o notebook o sistema do avião corta a corrente da tomada. Então vamos embora de novo prá não ficar sem bateria - sabe-se lá se e como será necessário usar o notebook.
Pronto. novamente escrevendo a bordo, dessa vez no trecho Dubai - Johannesburg. Pelo jeito aqui a tomada é mais 'fortinha' e aguenta o notebook. E novamente estamos num avião com uns 70-75% de poltronas vazias, com uma fileira de quatro só para nós e até com outra atrás de nós se quisermos deitar (até que alguém tenha a mesma idéia...).
Já que a viagem Lisboa - Johannesburg com Emirates é composta por dois trechos, ambos com aproximadamente 8 horas de duração, optamos por fazer uma escala longa (13 horas) em Dubai para dormir decentemente numa cama de hotel. A idéia ainda parece boa, mas a execução não foi tanto assim: primeiro desembarcamos com ônibus (não havia fingers disponíveis no terminal) e depois ainda tivemos que esperar uns 25 minutos pelo ônibus do hotel - optamos por um Holiday Inn próximo mas fora do aeroporto, que é, com café da manhã, uns US$ 120 mais barato que o hotel dentro do aeroporto sem café da manhã.
Com esses atrasos todos acabamos indo dormir às 3h00 da madrugada (chegamos à 1h00), querendo acordar às 9h30 para pegar o café da manhã. Foi uma noite bem curta, mas deu para descansar um pouco e principalmente ficar um pouco na horizontal.
Um lance interessante ocorreu nesse vôo de Lisboa: estamos voando no período sagrado do Ramadan, que obriga os muçulmanos a jejum absoluto (nem água) desde o nascer até o por do sol. Num determinado momento o comandante se manifestou para informar passageiros que porventura estivessem respeitando o Ramadan que o sol havia se posto e o jejum estava terminado para aquele dia.
Retomando a história propriamente dita, acordamos a tempo de descer (quinze minutos antes do horário limite) para o café da manhã, e ao entrar no salão estranhamos um pouco o aviso da recepcionista de que o café da manhã terminava às 10h00. Muito simples: pontualmente nessa hora levaram tudo embora: em dez minutos o buffet estava vazio. Ainda bem que desconfiamos que era isso que ia acontecer e pegamos tudo que queríamos antes de sentar!
O destaque dessa parte da viagem foi o aeroporto de Dubai: ele é tão imenso que, apesar de ser o segundo aeroporto mais movimentado do mundo, parece vazio. Não se vê filas nem aglomerações, pois é tudo muito grande e espalhado. Um senhor aeroporto!
E agora completamos a primeira hora das oito horas de vôo para Johannesburg. A vida no avião não é muito agitada (ainda bem!!!) de modo que voltaremos de Johannesburg. Ah, a fileira de trás já foi tomada e o almoço está saindo...
Agora já estamos escrevendo do hotel em Johannesburg, mas só para completar os comentários sobre a viagem: no fim ela teve sua dose de agitação, e graças a ela não pudemos curtir melhor nosso primeiro por do sol africano, pois podíamos ver aquelas cores deslumbrantes pela janela, mas sentados nas poltronas do meio firmemente afivelados graças a uma bela turbulência que durou quase uma hora e meia, não pudemos olhar mais detalhadamente nem fotografar.
Aliás nesse trecho o avião estava praticamente paralelo à linha que divide a noite do dia: do lado esquerdo era noite e do lado direito o sol ainda estava se pondo. Muito legal!
Chegamos na hora, o motorista que havíamos organizado com o hotel estava lá, e depois de pegar o cartão de celular sul-africano que já havíamos comprado pela Internet viemos para o hotel.
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Sábado a segunda-feira
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Johannesburg
Hoje já é domingo. Ontem foi um dia puramente 'burocrático': fomos (e conseguimos) comprar o capacete e a jaqueta da Beth (a calça vai ficar para a Europa, na volta) e nos encontramos com o proprietário da empresa organizadora do tour de moto para fazer o pagamento que faltava e deixar a mala com a tralha de moto com ele.
Aliás, estamos esperando o próprio tour para fazer uma avaliação mais completa dessa empresa, mas até agora eles têm sido simplesmente espetaculares!
Hoje fomos visitar o Museu do Apartheid, essa parte tão triste da história da África do Sul. Muito interessante e informativo, passamos quase quatro horas lá dentro. E isso porque a mostra sobre Nelson Mandela está fechada, senão teria sido mais ainda.
Esse museu é muito rico em informação, mas bastante deprimente: é triste ver como, em pleno século XX e depois de tudo que se havia vivenciado durante a segunda guerra mundial com o nazismo, o ser humano ainda foi capaz de criar um sistema de segregação racial tão radical e patrocinado pelo governo, que relegou a maioria da população a uma vida análoga à escravidão.
E durante esses dois dias andando de carro ou ouvindo instruções sobre como chegar a um determinado lugar descobrimos algo interessante: o sul-africano chama semáforo de "robot" (normalmente traffic lightem inglês). Pesquisando no Google uma explicação que nos parece plausível é que quando surgiram os primeiros semáforos eles era chamados de "robot policeman" (policiais 'automáticos'), e como o tempo caiu a palavra "policeman" e sobrou o "robot".
A segunda-feira amanheceu fria e chuvosa, e estamos sentados no hotel tentando decidir o que fazer do dia: está simplesmente frio e úmido demais para fazer programas que envolvam andar por aí - e que é que gostamos de fazer. E nosso quarto se revelou muito frio: calefação por aqui parece ser inexistente ou, como em nosso caso, muito precária. Dormimos enfurnados no edredom e ainda com uma coberta por cima.
Aliás, fizemos algumas descobertas que poderíamos ter feito antes: Johannesburg não é uma cidade turística no sentido de uma Rio de Janeiro ou Salvador. É uma cidade grande, muito espalhada, que como toda cidade grande tem suas atrações específicas mas não propriamente turísticas. Ela não tem praia, nem mesmo rio (é muito comum cidades serem construídas à beira de rios, mas não é o caso de Jo'burg, como ela é chamada por aqui - também a chamam de Jozi).
Além disso o transporte público principal é composto do que chamam de minibus taxis, que são praticamente impossíveis de usar por um forasteiro: eles não têm horários nem percursos fixos, e a forma do candidato a passageiro saber se um deles vai para onde ele quer ir é através de uma série de sinais de mão reservados para os iniciados.
Resultado: acabamos usando os serviços de motoristas informais associados à pousada, que são muito mais baratos que os taxis oficiais e até mesmo que o Uber. Mesmo assim, é a primeira vez que gastamos tanto com locomoção como para comer...
Enfim, uma série de fatores evitou que nos entusiasmássemos com a cidade, mas também não queremos falar contra pois simplesmente não vimos o suficiente. Mas uma coisa deu para ver: é uma mistura de riqueza e pobreza comparável com São Paulo: nosso Guesthouse fica numa área residencial que parece de classe média/média alta, mas a seis quadras dali passa uma avenida onde sem teto dormem sob as marquises de lojas fechadas.