Beth & Heinz Klein

(Moto)viagens

06-07/08
/201
6
-
Sábado e domingo
:
Nairobi - Dubai

Nossa escolha de Nairobi como ponto de saída da África foi baseada exclusivamente na disponibilidade de rotas da Emirates de volta para a Europa,  via Dubai: a outra opção era Dar es Salaam, muito mais longe. Portanto, não tínhamos nenhum objetivo turístico aqui. Claro que não fazíamos questão de ficar trancados no hotel, mas a recepção do dia anterior com os detectores de metais não foi propriamente acolhedora.

Depois da experiência do dia anterior ficamos nos perguntando se não devíamos ter voado de Arusha para Nairobi (ofertas de vôos não faltam) mas em retrospecto ficaria bem mais caro, pois não daria para exigir da SAMA Tours ou da Milestones que pagassem essa passagem de avião - eles pagaram todo o deslocamento até o hotel. E pensando bem também não foi nada terrível, mais uma experiência para contar.

Após o café da manhã descemos à sobreloja do prédio, onde havia uma casa de câmbio: até aquele momento não tínhamos dinheiro queniano na carteira. Estávamos dispostos a usar o cartão de crédito, mas queríamos ter pelo menos alguma coisa para uma despesa pequena ou gorjeta.

A pessoa que nos atendeu recusou uma das notas de US$ 10 que estávamos tentando trocar (nota mais antiga, sem os recursos anti-falsificação das mais novas) e no fim desistimos de trocar dinheiro ali: fomos ao caixa eletrônico de um banco no térreo e sacamos o equivalente a uns US$ 30,00.

Olhando a redondeza do hotel, no alto do edifício, e observando os sempre presentes e ativos controles de segurança de acesso ao prédio perdemos  completamente a vontade de sair e explorar um pouco a cidade. Saímos apenas na hora do almoço pois queríamos pelo menos comer fora do hotel. Caminhamos pela redondeza, fomos até um pequeno (para nossos padrões) shopping center e acabamos comendo comida mexicana num restaurante próximo. Neese curto passeio passamos por um supermercado, e também aí havia os seguranças revistando todos que entravam.

Havíamos lido que o Quênia estava com problemas de ataques terroristas, mas não esperávamos um nível de alerta tão alto. Juntando isso aos alertas de segurança básica (ladrões e batedores de carteiras), decidimos definitivamente encarar essa parada como uma simples escala de espera para embarcar no dia 07. E assim fizemos, ficando no hotel e descansando.

No domingo tínhamos que chegar ao aeroporto às 13h30, então saímos às 12h30 para ter certeza que não haveria atrasos: depois do que vimos na cidade achamos que os controles no aeroporto poderiam ser bem mais complicados que o normal. E mais uma vez uma 'aventurinha': havíamos pedido ao hotel que chamasse o mesmo motorista que nos apanhara no ônibus, mas ele só trabalha à noite. Eles chamaram um outro, e logo de cara não ficamos muito animados: o inglês dele era limitadíssimo, com um carrinho pequeno onde mal conseguimos colocar as malas e que ao atingir velocidades entre 80 e 100 km/h balançava muito devido a rodas desbalanceadas.

E ao longo do percurso ficamos com a impressão de que ele não tinha muita experiência no trajeto. E a chegada ao aeroporto coroou nossa sensação desagradável. O acesso à área em torno do aeroporto de Nairobi é fortemente controlado: tivemos que descer do carro e passar por um prédio onde tínhamos que apresentar nossos documentos, enquanto o carro passava por um controle (como se fosse um  pedágio) controlado por militares.

Já ficou aquela sensação desagradável de deixar as malas no carro e sair só com as coisas de mão (não deu coragem para deixar o notebook no carro), mas fazer o que? Passamos pela tal 'casinha' e ficamos esperando pelo nosso carro. Primeiro ele demorou, e quando o vimos havia alguém sentado dentro além do motorista. O que era aquilo??? E ele não veio para a calçada onde estávamos esperando, continuou em linha reta até um ponto onde finalmente o militar que estava no carro desceu e ele pode vir nos pegar. Nem perguntamos o que havia sido aquilo.

Para completar, ao nos aproximarmos do prédio do aeroporto ficou claro que o rapaz não fazia a menor idéia de onde parar para nos deixar, e o resultado foi que ele acabou entrando numa área proibida. Como estávamos em frente à porta do terminal  de onde partiríamos dissemos que desceríamos ali mesmo. Mas ao abrirmos as portas do carro para sair demos de cara com dois militares fortemente armados e com caras nem um pouco simpáticas.

Um deles entrou no carro e sentou-se ao lado do motorista, enquanto o outro nos dizia que pegásssemos nossas coisas e fossemos embora. Eu disse que queria pagar o motorista, e ele autorizou. Entreguei os US$ 30,00 combinados pela janela  e  ficamos  imaginando se o motorista teria sido obrigado a dividir o dinheiro com os soldados... Definitivamente dois dias pouco convidativos.

Para entrar no terminal e fazer o check-in passamos por mais  um controle de segurança: raio-X de todas as malas. O aeroporto de Nairobi é muito, mas muito simples. As instalações lembram um aeroporto doméstico de cidade do interior, sem o mpinimo  conforto para esperar pelo embarque - e tínhamos que esperar três horas! Felizmente já havíamos nos informado e procuramos uma lounge (sala VIP) onde prazerosamente pagamos US$ 57 para ter um canto confortável, com comida, bebida, Internet, revistas e banheiros limpos até a hora do embarque. E foi bom termos chegado cedo: uma hora depois não havia mais lugar para sentar.

Uma coisa que estranhamos foi que chegamos a essa sala, praticamente em frente ao portão de embarque designado para nosso vôo, sem passar por controle de passaporte nem pelo controle das bagagens de mão! Estranho, será que aquele controle de entrada no aeroporto encerrava o assunto? A dúvida foi respondida no embarque: coisa nunca vista antes, esses controles são no portão de embarque. Cada lugar com suas características.

O  vôo foi o que parece ser o padrão da Emirates, em nossa limitada experiência uma das melhores classes econômicas que já voamos - ainda mais que tendo comprado as passagens muito cedo, pudemos reservar um dos 7 ou 8 pares de poltronas isoladas, o resto são filas de três (dos lados) ou quatro (no meio). Por sinal essa é uma das qualidades da Emirates: mesmo na tarifa mais barata é possível marcar o lugar no momento da reserva.

Chegamos a Dubai às 22h30 e a passagens pela imigração e alfândega foram rápidas. Tomamos o taxi (esqueça serviço de transfer em Dubai, o sistema de taxis funciona  muito bem) e tínhamos bastante esperança de chegar ao hotel lá pela meia-noite. Esperança frustrada: havíamos reservado um hotel na área mais badalada da costa, perto da famosa palmeira (Jumeirah), e isso fica uns bons 35 km do aeroporto. E para completar, pegamos um enorme congestionamento na rua que leva ao hotel e a motorista do taxi ainda por cima saiu muito cedo da via expressa, entrando no congestionamento antes que o necessário). Acabamos perdendo mais de meia hora para andar os últimos 3-4 quilômetros e chegamos ao hotel quase à 1h00 da manhã.
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Diário de bordo -  África 2016

Tour de moto: Kenya